Pesquisadores da Unicamp (Universidade de Campinas) criaram uma nova tecnologia que utiliza energia solar para destruir os poluentes presentes na água. Para os realizadores do projeto, a alternativa é considerada sustentável, viável economicamente e altamente eficiente, além de representar uma solução adequada para as áreas mais carentes, não apenas do país, mas de todo o mundo.
O equipamento já está sendo patenteado para ser desenvolvido em escala industrial. Para produzi-lo a professora e pesquisadora da Unicamp, Cláudia Longo, e sua equipe, utilizaram energia solar e nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2).
Segundo a pesquisadora, os resultados obtidos nos experimentos laboratoriais são promissores e indicam que o sistema pode ser melhorado e utilizado tanto para combater a poluição industrial quanto para dar melhores condições de vida à população.
A tecnologia é ainda considerada adequada para a etapa final do tratamento de efluentes industriais, porém “também poderá ser utilizada para a purificação da água consumida por pessoas que vivem em regiões sem acesso a saneamento básico”, aponta Cláudia.
Outra vantagem do sistema é a utilização de radiação solar, o que o torna autossuficiente do ponto de vista energético. O baixo custo e o fato de não ser poluente, não exigir adição de insumos e não gerar resíduos completam os benefícios da tecnologia.
Como funciona
Os pesquisadores desenvolveram um sistema que consiste na conexão de um eletrodo de TiO2 à células solares, o que resulta na combinação de duas aplicações da conversão da energia solar por meio de semicondutores.
Conforme explica Cláudia, a primeira aplicação resultante é a conversão em energia elétrica. A outra se refere à purificação da água. O diferencial do trabalho é a combinação das duas, o que torna o processo mais eficiente em relação às alternativas já existentes.
Com relação ao tratamento de efluentes disponíveis atualmente, a professora aponta algumas limitações, a exemplo dos custos elevados e o longo período necessário para a descontaminação.
A baixa eficácia para eliminar diversos poluentes orgânicos solúveis, tais como fenol, pesticidas, corantes e medicamentos, também é considerado um fator limitador. Isso porque esses poluentes persistentes permanecem no ambiente por longos períodos, já que não são biodegradáveis.
Segundo Cláudia, os testes em escala laboratorial mostraram resultados animadores com relação à utilização da nova tecnologia na eliminação desse tipo de substância da água. Foi observada a degradação de 78% do fenol após três horas sob irradiação solar, já após seis horas, mais de 90% do poluente foi mineralizado.
Saneamento sustentável
As pesquisas apontam que o novo sistema também possui um grande potencial para desinfecção de água contaminada por bactérias.
Com a possibilidade de ampliação dos testes e aperfeiçoamento do sistema, o trabalho pode ser aplicado na etapa final do tratamento de efluentes. O alvo principal serão as estações de tratamentos de efluentes de indústrias têxteis, de papel e celulose, petroquímicas e de agrotóxicos, como também as companhias de água e esgoto e estações de tratamento de efluentes em shoppin.Nesse link, site da reportagem.
http://eco4planet.com/blog/2011/12/brasil-desenvolve-tecnologia-que-elimina-poluentes-com-energia-solar/
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